quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Gravidade do aquecimento global foi subestimada, diz cientista

O aquecimento global no decorrer deste século será mais grave do que se acreditava até agora, segundo Chris Field, membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês).

O especialista afirmou ainda que as temperaturas futuras "vão passar de qualquer valor que tenha sido previsto".

Field fez o alerta no sábado, durante o encontro anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), em Chicago.

Ele foi um dos autores do relatório divulgado pelo IPCC em 2007, que estimava que as temperaturas iriam subir entre 1,1ºC e 6,4ºC até o fim deste século.

Novos dados

O cientista, no entanto, diz que o relatório subestimou seriamente a escala do problema. Ele apresentou dados novos que mostram que as emissões dos chamados gases do efeito estufa aumentaram muito mais rapidamente que o esperado entre 2000 e 2007.

Segundo Field, este aumento foi provocado principalmente pela queima de carvão para obter energia elétrica na China e na Índia.

"Estamos basicamente olhando agora para um futuro climático que está muito além de qualquer coisa que tenhamos considerado nas políticas climáticas", afirmou.

Ele disse ainda que o impacto nas temperaturas ainda é desconhecido, mas o aquecimento tende a se acelerar em um ritmo muito mais rápido e a provocar ainda mais danos ambientais do que se previa.

De acordo com o cientista, isso incluiria a seca de florestas nas áreas tropicais, tornando-as muito mais vulneráveis a queimadas.

As temperaturas mais altas também poderiam acelerar o derretimento do permafrost - tipo de solo da região do Ártico -, aumentando dramaticamente a quantidade de carbono na atmosfera.

"Sem uma ação efetiva, as mudanças climáticas vão ser maiores e muito mais difíceis de se lidar do que pensávamos", concluiu.


By BBC

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Honda é 1ª a usar 'eco-plástico' em assento

A fábrica da Honda em Sumaré, interior de São Paulo, será a primeira do país a utilizar plástico biodegradável na proteção dos assentos.

A iniciativa ecológica é válida para os modelos New Fit e New Civic. O material, segundo a montadora japonesa, é obtido a partir de batata, cana-de-açúcar, milho, mandioca, ou outra matéria-prima de fonte renovável.

Além de não causar danos no ambiente durante sua biodegração, os componentes orgânicos eliminam o peso e a toxicidade dos metais.

Ao se desintegrar, a proteção ecológica dos assentos libera apenas água, gás carbônico e adubo (húmus), e demora cerca de seis meses para se decompor.

A embalagem convencional, antes usada pela Honda, demora cerca de 200 anos para se decompor.

by info.abril


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Número de queimadas cresce 281% no País

Tradicionais Estados que ainda não apareciam entre os principais em número de queimadas já começam a se destacar. O fato reforça a expectativa negativa de aumento no número de queimadas em 2009. Até hoje, queimadas cresceram 281% em relação ao mesmo período do ano passado: saltaram de 655 focos para 2.502. O Estado do Ceará lidera, de acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com 525, um aumento de 1.017%, mas Mato Grosso, com 215 focos (aumento de 2.288%), Mato Grosso do Sul, com 178 (mais 1.269%) aceleraram o número de queimadas.

Estados como São Paulo e Paraná também apresentam forte crescimento, embora em números absolutos o número focos detectados seja pequeno. Em São Paulo, até de 16 de fevereiro de 2008, apenas 4 focos de queimada haviam sido registrados. Este ano, já são 47, um aumento de 1.075%. No Paraná, o crescimento alcançou 533%, de 6 para 38 focos.

Em 2008, o País registrou 93 mil queimadas, praticamente o mesmo número de 2007, mas em 2009 a previsão é de aumento, já que o Inpe detectou, em levantamento preliminar do sistema Degrad, 24.932 km2 de áreas em processo de desmatamento em 2008 somente na Amazônia Legal. O número é 67% superior aos 14.915 km2 de áreas degradadas em 2007.

O Inpe mapeou áreas em processo de desmatamento em toda a Amazônia Legal, o que possibilita aos órgãos de fiscalização impedir a derrubada completa da floresta. De acordo com o instituto, 13% das áreas identificadas como degradadas em 2007 foram convertidas para corte raso em 2008, ou seja perderam completamente a cobertura vegetal nativa. Se essa porcentagem se repetir, 2009 podem ser registrados mais 3,24 mil km2 de desmatamento raso na Amazônia Legal.

No item degradação, o Mato Grosso segue imbatível, com 12.534 quilômetros quadrados, seguido pelo Pará, com 7.708, e pelo Maranhão, com 3.978. Rondônia, que sempre se destaca no ranking de desmatamento, vem em quarto, com 477 quilômetros quadrados degradados em 2008, no âmbito da Amazônia Legal.

As queimadas, uma das práticas ainda recorrentes da agricultura e da pecuária, contribuem decisivamente para colocar o Brasil como um dos maiores emissores mundiais de gases que causam as mudanças climáticas. Estima-se que o uso da terra nas suas diversas formas seja responsável por 75% das emissões de gases-estufa no País.


By Terra.com.br

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Emissão de CO2 pode triplicar no país até 2017

Na contramão dos esforços para minimizar o aquecimento global, as emissões brasileiras de gases do efeito estufa a partir da geração de energia elétrica vão praticamente triplicar nos próximos dez anos. Mesmo com a entrada em funcionamento das usinas do Rio Madeira (Santo Antônio e Jirau) e de Belo Monte, a participação da fonte hídrica na matriz elétrica nacional cairá de 85,9% no início de 2008 para 75,9% em 2017, segundo o Plano Decenal de Energia (PDE), em consulta pública desde 23 de dezembro.

O plano aponta a necessidade de expandir a capacidade instalada dos atuais 99,7 mil para 154,7 mil megawatts (MW) e garante que isso é suficiente para afastar o risco de déficit no abastecimento. Mas deixa claro que o país continuará dependendo de mais energia cara e poluente se quiser livrar-se dos fantasmas de apagões. Para atender ao crescimento da demanda, será necessário acrescentar 81 termelétricas ao sistema interligado - 41 movidas a óleo combustível, 20 a diesel, 8 a gás natural, 7 a biocombustíveis e 4 a carvão. Elas deverão gerar 13.685 MW, excluindo a usina nuclear de Angra 3, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal do Ministério de Minas e Energia encarregada de planejar o setor.

As novas térmicas despejarão na atmosfera 39,3 milhões de toneladas de CO2 em 2017 - um aumento de 172% em relação ao valor das emissões de 2008, estimadas em 14,4 milhões de toneladas. “O plano está em contradição com as metas internas de redução do desmatamento”, afirma a senadora Marina Silva (PT-AC), ex-ministra do Meio Ambiente, referindo-se a um dos objetivos do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, lançado em dezembro.

As queimadas de florestas são responsáveis por cerca de três quartos das emissões brasileiras de gases causadores do efeito estufa e o governo espera diminuir o desmatamento da Amazônia em mais de 70% até 2017. A participação do setor elétrico continuará sendo minoritária no total de emissões, mas a entrada em operação de tantas usinas térmicas será mais do que suficiente para eliminar os ganhos ao meio ambiente com a adoção do biodiesel, por exemplo. A mistura de 3% do biocombustível ao diesel convencional evitará o despejo de 62 milhões de toneladas de dióxido de carbono ao longo dos próximos dez anos, mas esse esforço será perdido com o funcionamento das termelétricas por apenas um ano e sete meses.

O plano prevê mais 71 usinas hidrelétricas até 2017, mas a própria EPE indica que 26 delas têm “potencial identificado de atraso superior a seis meses” na execução do projeto. Esses empreendimentos “deverão ser objeto de maiores esforços e ações mais intensas para a sua viabilização, sem que essa classificação signifique impossibilidade de atendimento das datas do plano”. As hidrelétricas vão expandir em 28.938 MW - o equivalente a duas Itaipus - a potência instalada do parque gerador.

Para a ex-ministra, a área ambiental não pode servir de “bode expiatório” para o aumento das térmicas. Marina atribui o crescimento da produção de energia por fontes mais poluentes a falhas no planejamento do setor elétrico. Segundo ela, metade dos projetos de hidrelétricas listados no plano decenal não tem estudos de viabilidade técnica e econômica (EVTE) e “alguns sequer estão inventariados”. “Desses projetos, apenas cinco estão em processo de análise pelos órgãos ambientais: Ipueiras (no Rio Tocantins) já foi rejeitada pelo Ibama e outras quatro usinas que somam 313 MW aguardam a licença prévia. Precisamos acabar com a lenda de que é do setor ambiental a culpa pelo aumento das térmicas”, protesta Marina.

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, lamenta a perda de qualidade da matriz brasileira. Sem atribuições de planejamento, ele elaborou uma estimativa a partir do resultado dos últimos leilões de energia. O número de térmicas com contrato de fornecimento saltará de 14 em janeiro de 2008 para 63 em janeiro de 2013. Para fazê-las funcionar por um mês inteiro, o que é comum nos períodos de estiagem para preservar o nível dos reservatórios, as emissões de gases do efeito estufa vão subir de 186 mil toneladas para 4 milhões de toneladas de CO2 equivalente.

Comparativamente à maioria dos países ricos e em desenvolvimento, o Brasil ainda não faz tão feio. Nos Estados Unidos, o campeão das emissões, a produção de eletricidade gera 2,5 bilhões de toneladas por ano de dióxido de carbono. Em 2017, mesmo com a proliferação das térmicas, o Brasil emitirá no setor elétrico apenas 20% dos gases despejados na atmosfera pela África do Sul e 64 vezes menos que os EUA.

Marina sugere a maior aposta na energia eólica para manter a qualidade da matriz. Hoje os ventos são responsáveis por somente 0,3% da geração total de energia no país, ou 219 MW, e vão chegar a 0,9% em 2017. Marina sublinha, porém, que o aproveitamento ainda é muito baixo diante do potencial brasileiro.

Kelman diz que a energia eólica é cara e inconstante, pois não pode ser armazenada sequer por algumas horas, e não permite ao operador do sistema trabalhar com previsibilidade. Também acha “irrisório” o efeito de uma estratégia insistentemente defendida por ONGs ambientalistas: a repotenciação das hidrelétricas existentes.

O diretor-geral da Aneel, que deixa o cargo na próxima semana, aponta a eficiência energética como uma das áreas em que se podem colher resultados. As perdas totais são de 17% de toda a eletricidade produzida no Brasil.

Kelman divide essas perdas em três segmentos. O desperdício na rede básica de alta tensão (as grandes linhas de transmissão) chega a 4% - número elevado em comparação com países europeus, mas que ele considera baixo levando em conta a dimensão do território nacional. Já as perdas na distribuição alcançam 7% - menos do que muitos emergentes, mas índice bastante alto em relação aos países desenvolvidos, segundo ele. Kelman indica que o custo-benefício de reduzir significativamente esse desperdício pode ser desvantajoso. “Para chegar à perda zero, poderíamos fazer fios de ouro (condutores perfeitos de energia) na distribuição, mas isso levaria a tarifa a níveis inimagináveis”, afirma.

De acordo com ele, o mais viável é combater as perdas que correspondem a 6% da geração total de energia: os furtos de eletricidade. Kelman lembra que consumidores que roubam energia, além de aumentar o custo do produto para todos os usuários regulares, tendem a gastar mais eletricidade. “Se por um passe de mágica conseguíssemos que os brasileiros parassem de furtar energia, reduziríamos em 2,4% o consumo no país. Isso as ONGs não costumam mencionar porque desconhecem a realidade brasileira.”


by blog.zeppini

Crise mundial atinge energia verde

As energias eólica e solar têm crescido em um ritmo muito rápido nos últimos anos, e parecia provável que esse crescimento se acelerasse sob a administração Obama, preocupada com o meio ambiente. Mas, devido à crise de crédito e ao colapso econômico mais abrangente, está ocorrendo o oposto: a instalação da energia eólica e da solar está despencando. As fábricas que produzem peças para essas indústrias anunciaram uma onda de demissões nas últimas semanas, e as associações comerciais estão projetando quedas de 30% a 50% na instalação de novos equipamentos este ano, o que impede a obtenção de mais auxílio do governo. 

by Gazeta Mercantil 

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Canudinho transforma Água contaminada em potável

Às vezes, as tecnologias mais simples têm o maior impacto na vida das pessoas. Veja como exemplo o sistema de filtragem móvel da empresa suíça Vestergaard Frandsen, batizado de LifeStraw (“canudo da vida???). É um tubo de plástico azul – mas muito mais grosso que um canudinho comum – contendo filtros que tornam potável a água contaminada com microorganismos que provocam cólera, febre tifóide e diarréia.

Os filtros, fabricados em resina halógena, matam quase 100% das bactérias e cerca de 99% dos vírus que passam pelo LifeStraw. A University of North Carolina em Chapel Hill testou o canudo com uma amostra de água contendo as bactérias Escherichia coli B e Enterococcus faecalis, além do vírus MS2 colifago, e mais iodo e prata. Os resultados indicam que o LifeStraw filtrou todos os contaminantes a níveis em que não representam mais um risco à saúde de quem ingere a água.

No entanto, o canudo não filtra metais pesados como ferro ou flúor, nem remove parasitas como a giárdia ou o criptosporídio, apesar de o CEO da empresa, Mikkel Vestergaard Frandsen, afirmar que há uma versão do LifeStraw disponível para grupos de ajuda humanitária em Bangladesh e na ??ndia capaz de filtrar arsênico.

Com menos de 25 cm de comprimento, o canudo pode filtrar até 700 litros de água - estimativa do consumo anual de uma pessoa. O LifeStraw deve ser jogado fora quando seus filtros ficam entupidos demais para permitir a passagem de água, o que acontece geralmente após um ano de uso. 


By blogdasaguas.com