terça-feira, 2 de junho de 2009

Consumo de carne está ligado à destruição da Amazônia

A destruição da floresta Amazônica para abrir caminho às fazendas de gado foi pela primeira vez associada aos padrões de consumo de carne e couro no mundo desenvolvido, de acordo com ativistas ambientais.

A criação de gado é a causa mais importante do desmatamento da floresta tropical no Brasil. O lucrativo negócio produz carne para atender aos novos gostos dos consumidores mais ricos de economia emergentes como a China e a Índia, assim como para mercados há muito tempo estabelecidos, como a Europa e os EUA.

As exportações do setor geram mais de US$ 7 bilhões por ano para o Brasil, um número que o governo quer dobrar.

Um relatório publicado hoje pelo grupo ambientalista Greenpeace estabelece uma ligação entre o avanço das fazendas de gado na Amazônia e os produtos - principalmente carne e cosméticos - vendidos por supermercados e marcas de luxo.

Algumas companhias citadas pelo relatório como possíveis receptoras de produtos de áreas desmatadas disseram ao "Financial Times" que iriam rever suas políticas em relação aos fornecedores.

As preocupações levantadas pelo relatório também refletem um desejo cada vez maior dos consumidores de saber a procedência dos produtos que compram, o que aumentou por conta dos temores recentes em relação aos alimentos.

A Unilever disse que lançaria um "auditoria de procedência" para garantir que nenhum de seus produtos venham de áreas desmatadas, apesar de já ter um código de conduta para seus fornecedores.

A rede de supermercados Waitrose disse que examinaria as provas do Greenpeace e "conduziria uma investigação minuciosa" se necessário.

A Tesco disse que seus produtos de carne vêm de áreas localizadas a 3.000 quilômetros da Amazônia.

A Kraft Foods disse que só comprou carne do Brasil para produtos vendidos localmente na Itália, e suas compras mundiais representam menos de 0,2% da produção total de carne do Brasil.

A marca de bens de luxo Prada negou comprar couro brasileiro. Segundo ela, "o couro brasileiro é de muito baixa qualidade para nós. Nossos especialistas são capazes de perceber a diferença."

O Greenpeace está pedindo que as companhias que têm ligações com o Brasil estabeleçam políticas para assegurar que nenhum dos produtos que vendem venham de áreas desmatadas.

A rede varejista Marks and Spencer disse que tem procedimentos para assegurar que sua carne venha apenas de fazendas específicas, com animais marcados e carcaças com selos em todos os estágios.

Outros supermercados contatados pelo FT disseram que seus fornecedores assinaram contratos garantindo que sua carne não vem da Amazônia.

Todavia, o Greenpeace sustenta que muitos desses contratos não passam de "exercícios de preencher formulários" e os distribuidores não têm procedimentos adequados para garantir que as condições do contrato são cumpridas.

A maior parte do setor de exportação de carne do Brasil é administrada por um pequeno número de companhias. Três delas, contatadas pelo FT, não responderam à reportagem. Uma quarta, a Bertin, processadora de carne e couro, disse: "Estamos caminhando na direção de métodos mais sustentáveis e esta é a tendência de todo o setor".

A International Finance Corporation, que forneceu financiamento para a Bertin, disse: "Tem havido progressos, mas ainda existem desafios".

Pessoas que conhecem bem a situação dizem que os problemas sérios persistem. Um executivo do setor, que pediu para não ser identificado, disse: "O maior problema é controlar o comportamento dos fazendeiros. Vários produtores não têm nem mesmo propriedade legal sobre suas terras".

O texano John Carter, que é fazendeiro no Mato Grosso, no sul da Amazônia, disse: "Simplesmente não há dúvida de que a produção de carne migrou para a Amazônia". 

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Poluição custa R$ 400 mi por ano ao sistema de saúde de SP

Estudo elaborado pelo Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da USP aponta que São Paulo gasta aproximadamente R$ 400 milhões anualmente com internações causadas por problemas de saúde relacionados à poluição. De acordo com o diretor da entidade, Paulo Saldiva, o custo chega a R$ 2,01 bilhões em todo o Brasil.

O estudo analisou os gastos do sistema de saúde em seis regiões metropolitanas do país. Segundo Saldiva, a apresentação do custo da poluição aos cofres públicos surte mais efeito junto a população do que o número de pessoas afetadas pelo problema. "Acho que ninguém se impressiona muito com pilhas de corpos", afirmou em entrevista ao Jornal do Terra.Segundo Saldiva, de 19 a 20 pessoas tem a vida encurtada todos os dias por problemas causados pelo nível de poluição em São Paulo. O estudo aponta que a diminuição na expectativa de vida média do paulistano chega a um ano.

by Redação Terra

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Vazamento em ANGRA 2 em 15 de maio

Erro humano causou vazamento em Angra 2 no dia 15; Eletronuclear diz que "não houve impacto"

A Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás que constrói e opera as usinas nucleares do Brasil, informou nesta terça-feira (26maio2009) que, no último dia 15, houve um vazamento de radiação da Usina de Angra 2, provocado por um erro humano. Segundo a empresa, no entanto, o acidente "não provocou impacto para o meio ambiente, para os funcionários nem para a comunidade".QUATRO PESSOAS FORAM CONTAMINADAS

Um funcionário que fazia a limpeza de um equipamento em uma sala de descontaminação da Usina Nuclear de Angra 2, em Angra dos Reis (RJ), esqueceu uma porta aberta e houve circulação de material radioativo, de acordo com a Eletronuclear; todos foram monitorados, passaram por descontaminação e já trabalham normalmente

Leia mais 
Angra 2 registra maior produção desde 2001 
Primeiro reator nuclear criado no Brasil completa 20 anos de operação 
INB assina acordo com governo do Ceará para preparar exploração de mina de urânio 
Governo Lula retoma usina nuclear Angra 3 mais cara e sem nova licitação 

Um funcionário que realizava um procedimento de rotina de descontaminação de uma peça teria deixado de fechar uma porta, permitindo a circulação de material radioativo. O sistema de alarme detectou o vazamento e foi acionado, segundo nota divulgada nesta terça.

Seis trabalhadores estavam próximos àquela sala e todos foram "minuciosamente monitorados" até que se verificasse que o nível de radiação a que se submeteram "foi muito abaixo dos limites estabelecidos nos procedimentos da empresa e nas normas reguladoras", afirmou a empresa. Todos os seis funcionários, segundo a Eletronuclear, estão trabalhando normalmente.

A Eletronuclear disse que o incidente foi comunicado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e à Prefeitura de Angra dos Reis e foi classificado como evento não usual, "encerrado às 18h15 do mesmo dia".

Quatro trabalhadores contaminados
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) informou que quatro dos seis trabalhadores que estavam próximos ao local foram contaminados em níveis abaixo de 0,1% dos limites estabelecidos em norma para os trabalhadores.

"A equipe de proteção radiológica iniciou os trabalhos de descontaminação e, em seguida, os trabalhadores passaram pelos portais da área controlada da usina e nenhum alarme foi acionado", segundo o órgão. A nota diz ainda que a liberação ao meio ambiente foi de cerca de 0,2% dos limites estabelecidos pela Cnen. Por isso, "o incidente não trouxe consequência à população e ao meio ambiente da região".

Angra fica entre São Paulo e Rio

UOL Mapas

A Cnen disse que o "evento não usual" ocorreu dentro do edifício auxiliar de Angra 2, e não no prédio do reator. "Este evento é classificado na escala internacional de eventos nucleares (Ines) da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) como nível 1 (anomalia ou desvio operacional)", numa escala que vai de zero a 7.

Procurado pelo UOL Notícias, o Ministério das Minas e Energias declarou que não irá se pronunciar sobre o ocorrido.

Para a Sape (Sociedade Angrense de Proteção Ecológica) o acidente é grave. A organização afirma que a Defesa Civil do município foi avisada somente no dia 18, três dias após a ocorrência.

Mais sobre a usina nuclear
Em maio do ano passado, a usina Angra 2 ficou parada 35 dias para manutenção programada. Em 2007, chegou a ficar desligada por uma falha na fonte de alimentação do sistema de controle da turbina geradora. Segundo a Eletronuclear, o problema não teve qualquer ligação com o material radioativo.

Fruto de um acordo nuclear Brasil-Alemanha, a construção e a operação de Angra 2 ocorreram conjuntamente à transferência de tecnologia para o país. A usina opera com um reator tipo PWR (reator à água pressurizada) e, sozinha, poderia atender ao consumo de uma região metropolitana do tamanho de Curitiba, com dois milhões de habitantes.

Em 2008, a usina nuclear registrou a maior geração de energia elétrica desde 2001. A geração elétrica de Angra 1 e 2 corresponde a cerca de 3% do total gerado no país. A energia dessas usinas é voltada basicamente para a região Sudeste do país, principal consumidor do Brasil.

O governo decidiu retomar as obras de Angra 3, a terceira usina do programa nuclear brasileiro, em junho de 2007, paradas há mais de 20 anos por falta de recursos públicos e dúvidas sobre os riscos. Parada, Angra 3 custava US$ 20 milhões por ano, pagos pelo governo para que se preservasse o canteiro de obras. 

sábado, 23 de maio de 2009

CTNBio avalia liberar novos transgênicos sem análises prévias

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou na quinta-feira parecer favorável à liberação comercial da quinta variedade de algodão geneticamente modificado no país. E avançou na criação da norma que permitirá a aprovação automática de transgênicos resultantes do cruzamento de duas ou mais modificações genéticas.

Por 16 votos contra quatro, o colegiado aceitou os argumentos da multinacional americana Monsanto para dar sinal verde ao algodão transgênico resistente a insetos " Bollgard II " , cujo pedido havia sido feito em junho de 2007. É o 12º produto geneticamente modificado aprovado pela comissão desde 1996.

Em uma discussão recheada de polêmica, os membros da CTNBio avançaram na construção de uma regra que poderá isentar de análise prévia produtos transgênicos originados do cruzamento de espécies já avaliadas pelo colegiado.

A regra valeria para transgênicos combinados por meio de processos de melhoramento genético clássicos. Para boa parte da comissão, esses novos produtos, submetidos aos métodos tradicionais de manipulação em laboratório, mantêm características equivalentes aos transgênicos originais. 

Assim, estariam dispensados de análise e da emissão de um novo parecer técnico. Outra parcela dos membros do colegiado pregam cautela porque não haveria base científica para comprovar a equivalência entre o produto original e seu cruzamento com outro transgênico.

Na fila de pedidos apresentados pelas empresas de biotecnologia , há três " eventos " cuja avaliação já teve a tramitação iniciada: algodão resistente a insetos e glifosato da Monsanto que combina as características modificadas dos produtos " MON531 " e " MON1445 " ; o milho da Monsanto " MON810 + NK603 " ; e o milho da Syngenta " Bt11 + GA21 " . Existe, ainda, um pedido conjunto da Dow AgroSciences e da DuPont para o milho combinado " TC1507 + NK603 " .

A permissão da CTNBio para esses produtos, considerados de " segunda geração " pelas empresas, reabriu a divisão interna no colegiado. A nova regra seria um sinal de " liberou geral " da comissão, segundo cientistas com restrições ao uso da biotecnologia no campo. Para os membros favoráveis à tecnologia de modificação genética, a medida ajudaria a " acelerar " a avaliação de processos na comissão.

Iniciado com celeridade, o processo de criação da nova norma esbarrou em alegações de eventual ilegalidade na isenção da análise prévia pela CTNBio. O Ministério Público Federal aguarda o desdobramento para questionar a norma na Justiça. " Há um interesse muito grande do MP sobre isso. Mas já estamos acostumados. Se for ilegal, é ilegal e pronto. Somos eventualmente ameaçados pelo MP " , diz o presidente da CTNBio, o médico bioquímico Walter Colli. 

A contrariedade de parte dos membros da comissão suscitou uma reação antecipada de Colli: " É preocupante porque parece um ? prato feito ? para que a coisa desande como em 2006. Nossa posição técnica não tem nada a ver com CNBS [conselho de ministros], Anvisa ou Ibama " , disse.

Em parecer, o especialista Leonardo Melgarejo afirmou que os membros da CTNBio poderiam responder de forma solidária por eventuais danos causados pelos novos transgênicos cruzados. Em outro texto, o biólogo molecular Giancarlo Pasquali contestou as diferenças entre os produtos originais e o transgênico resultante de cruzamento. A consultora jurídica do Ministério da Ciência e Tecnologia, Lídia de Lima Amaral, afirmou que, em sua opinião, não haveria motivos para preocupação: " De antemão, tranquilizo os membros sobre a legalidade do pedido. Não há motivo para temer a responsabilização civil ou penal " .

Mesmo assim, diante do racha e dos questionamentos, o presidente da CTNBio decidiu retirar os pedidos das empresas da pauta da reunião de ontem e aguardar o prazo de consulta pública para retomar a avaliação de uma nova norma. Mas a discussão só deve ocorrer em julho, já que o relator do assunto, o biofísico Paulo Paes de Andrade, reivindicou mais tempo para completar seu parecer.

By Mauro Zanatta | Valor Econômico

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Refrigerantes têm substância cancerígena, revela pesquisa

Em uma pesquisa com 24 refrigerantes, a Pro Teste --Associação Brasileira
 de Defesa do Consumidor-- verificou que 7 têm benzeno, substância
 potencialmente cancerígena. O benzeno surge da reação de um conservante, o
 benzoato de sódio, com a vitamina C. Como não há regra para a quantidade do
 composto em refrigerantes, usou-se o limite para água potável: 5
 microgramas por litro.
 
 
 Os casos mais preocupantes foram o da Sukita Zero, que tinha 20
 microgramas, e o da Fanta Light, com 7,5 microgramas. Os outros cinco
 produtos estavam abaixo desse limite. São eles: Dolly Guaraná, Dolly
 Guaraná Diet, Fanta Laranja, Sprite Zero e Sukita.
 
 
 Fernanda Ribeiro, técnica da Pro Teste, diz que é difícil estudar a relação
 direta entre o benzeno e o câncer em humanos, mas que já se sabe que a
 substância tem alto potencial carcinogênico e que, se consumida
 regularmente, pode favorecer tumores. "Segundo a OMS (Organização Mundial
 da Saúde), não há limite seguro para ingestão dessa substância", diz.
 
 
 A química Arline Abel Arcuri, pesquisadora da Fundacentro (Fundação Jorge
 Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho) e integrante da
 Comissão Nacional Permanente do Benzeno, diz que o composto vem sendo
 relacionado especialmente a leucemias e, mais recentemente, também ao
 linfoma.
 
 
 O fato de entrar em contato com o benzeno não significa necessariamente que
 a pessoa vá ter câncer --há organismos mais e menos suscetíveis. "Mas não
 somos um tubo de ensaio para saber se resistimos ou não, e não há limites
 seguros de tolerância. O ideal, então, é não consumir", diz Arcuri.
 
 
 O benzeno está presente no ambiente, decorrente principalmente da fumaça do
 cigarro e da queima de combustível. Na indústria, é matéria-prima de
 produtos como detergente, borracha sintética e náilon.
 
 
 Nesse caso, não contamina o consumidor por se transformar em outros
 compostos. A principal preocupação é proteger o trabalhador da indústria.
 
 
 O efeito do benzeno é lento, mas, quanto maior o tempo de exposição e a
 quantidade do composto, maior a probabilidade de desenvolver o tumor.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Empresa é multada por retirar bichos na área do Rodoanel

Em São Paulo
A Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) no Estado de São Paulo multou a Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) em R$ 282,5 mil por recolher animais da fauna silvestre durante as obras do Trecho Sul do Rodoanel sem autorização. Ontem, o jornal "O Estado de S. Paulo" revelou que 105 animais que habitavam áreas da obra, em região de mata atlântica, morreram depois de passar pelo manejo de técnicos da empresa ligada ao governo estadual e responsável pelo empreendimento. 

Animais silvestres morrem durante obras do Rodoanel
Mais de cem animais silvestres já morreram desde o início das obras do Trecho Sul do Rodoanel em áreas de mata atlântica, em São Paulo. Parte era de espécies ameaçadas de extinção

Leia mais
Parte dos animais mortos era de espécies com risco de extinção, como veado-catingueiro, preguiça-de-três-dedos e bugio, entre outros. O Ibama solicita esclarecimentos da empresa quanto ao destino dos animais. A Dersa tem 20 dias para apresentar defesa na autuação ou pagar a multa. Segundo o Ibama, a Dersa chegou a informar que foram coletados 457 animais silvestres nativos, sendo que pelo menos 12 são de espécies ameaçadas de extinção. Entre os animais estavam primatas e aves. 

A Dersa informou que 371 bichos foram devolvidos para a mata sem apresentar problemas, enquanto 137 acabaram enviados para recuperação em clínicas veterinárias e parques conveniados. Desse total, 105 - 76,6% - morreram porque tiveram ferimentos graves ou sofreram estresse profundo. Os bichos foram levados para parques em Santo André, em São Bernardo do Campo e em São Paulo. As clínicas estão em Cotia e Embu. A Dersa informou que recorrerá da multa e que o programa de resgate de animais apresentado foi aprovado pelo próprio Ibama.

O Ministério Público Estadual (MPE) vai investigar a morte dos 105 animais silvestres. O promotor de Justiça e Meio Ambiente da capital Marcos Lúcio Barreto disse que "a situação demanda apurar eventual omissão ou falta de cuidados" dos responsáveis pelo manejo dos bichos. "Essa denúncia será objeto de procedimento investigativo para apuração de responsabilidades", afirmou. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo". 

terça-feira, 21 de abril de 2009

Florestas correm risco de parar de 'filtrar' carbono, diz estudo

O papel das florestas de atuar como filtros gigantes de carbono está sob o risco de "ser totalmente perdido", segundo um relatório compilado por alguns dos maiores cientistas florestais do mundo.

O documento compilado por 35 profissionais da União Internacional das Organizações de Pesquisas Florestais (IUFRO, na sigla em inglês) afirma que as florestas estão sob um crescente estresse como resultado das mudanças climáticas.

Ainda segundo o relatório, as florestas podem começar a liberar uma enorme quantidade de carbono na atmosfera se as temperaturas do planeta subirem 2,5ºC acima dos chamados níveis pré-industriais.

As descobertas serão apresentadas no Fórum da ONU sobre Florestas, que começa nesta segunda-feira, em Nova York, e estão sendo descritas como sendo a primeira avaliação mundial da capacidade das florestas se adaptarem às mudanças climáticas.

Seca e pobreza

"Normalmente, pensamos nas florestas como 'freios' do aquecimento global", disse à BBC Risto Seppala, do Instituto de Pesquisa Florestal da Finlândia e presidente do painel de especialistas.

"Mas nas próximas décadas, os danos provocados pelas mudanças climáticas podem fazer com que as florestas comecem a liberar uma enorme quantidade de carbono, criando uma situação em que elas contribuirão mais para o aceleramento do aquecimento do que ajudarão a reduzi-lo."

Os cientistas esperam que o relatório ajude a informar os profissionais envolvidos nas negociações sobre as políticas ambientais.

O documento destaca ainda outros fatos novos, como a projeção de que as secas devem se tornar mais intensas e frequentes nas florestas subtropicais e temperadas do sul, e de que as plantações comerciais de madeira podem se tornar inviáveis em algumas áreas.

O relatório diz também que as mudanças climáticas podem "aprofundar a pobreza, deteriorar a saúde pública e aumentar os conflitos sociais" entre as comunidades da África que dependem das florestas.

Andreas Fischlin, do Instituto Federakl Suíço de Tecnologia, e co-autor do estudo, ressalta, no entanto, que mesmo que se implemente todas as medidas necessárias, as mudanças climáticas podem ainda neste século exceder a capacidade adaptativa de muitas florestas".

"A única maneira de assegurar que as florestas não sofram danos sem precedentes é conseguir fazer uma enorme redução nas emissões dos gases de efeito estufa", concluiu.

Floresta Amazônica

Desmatamento responde por 20% das emissões provocadas pelo homem


By BBC

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Grã-Bretanha terá subsídio para compra de carro elétrico

O governo da Grã-Bretanha anunciou nesta quinta-feira vai oferecer subsídios de até 5 mil libras (cerca de R$ 16 mil) para estimular os consumidores a comprarem carros elétricos ou híbridos.

O estímulo para a compra destes veículos é parte do plano do governo britânico, de 250 milhões de libras (cerca de R$ 823 milhões), para promover o transporte com baixas emissões de gases de efeito estufa nos próximos cinco anos.

O plano também prevê 20 milhões de libras (aproximadamente R$ 66 milhões) para o estabelecimento de pontos para carregar os carros e mais infraestrutura para o uso deste tipo de veículo, que ainda é pequena na Grã-Bretanha.

O secretário dos Transportes britânico, Geoff Hoon, afirmou que existe um grande potencial para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, pois menos de 0,1% da frota de 26 milhões de carros britânicos é de veículos elétricos.

A indústria automobilística aprovou a iniciativa, mas os críticos afirmam que o governo britânico precisa investir mais na criação de locais para a recarga dos carros e também em transporte público.

Limitações

O financiamento vai estar disponível apenas para carros totalmente elétricos e híbridos movidos a gasolina e eletricidade. Os híbridos hoje vendidos no mercado britânico não seriam incluídos no programa de subsídios, pois estes modelos só chegariam às lojas do país dentro de dois anos.

O mercado britânico conta com uma série limitada de veículos elétricos e as vendas são baixas devido a várias razões. Eles geralmente precisam de sete horas para serem carregados, têm apenas dois lugares e autonomia de apenas 65 km.

Carro elétrico da fabricante Reva

Modelos menores de carros elétricos podem custar a partir de 8 mil libras

Os preços destes veículos variam de 8 mil libras (cerca de R$ 26 mil) para os menores a até 80 mil libras (cerca de R$ 263 mil) para os modelos de alto desempenho.

Falando de uma pista de corridas na cidade escocesa de Dunfermline, Geoff Hoon afirmou que o plano visa "estimular a ideia de que os veículos elétricos vão se transformar em parte do cotidiano, que as pessoas vão olhar ver que é igual a qualquer outro carro".

Jay Nagley, analista da consultoria Spyder Automotive, afirmou que o anúncio é muito importante para a indústria automobilística, mas vê problemas no plano.

"O grande problema é que a próxima geração de carros elétricos inicialmente será muito cara para fabricar, os fabricantes afirmam que será o dobro do preço de um carro movido a gasolina", afirmou.

"Sem subsídios ninguém vai comprá-los, então os fabricantes não poderão aumentar a produção e abaixar os preços."

No entanto, para o analista, a situação deverá melhorar no futuro e, até 2020, cerca de um quarto de todos os carros vendidos na Grã-Bretanha poderão ser elétricos.

"Eles não serão apenas elétricos, serão também híbridos, que podem funcionar por 65 km antes que o motor a gasolina assuma", afirmou.

terça-feira, 31 de março de 2009

Em Santos, catamarãs recolhem 59t de lixo flutuante em 14 meses de operação

Os dois barcos tipo catamarã, que a prefeitura utiliza há 14 meses para a coleta de resíduos sólidos flutuantes, recolheram 59,6 toneladas de lixo, evitando que esses detritos prejudicassem a fauna e a flora e chegassem às praias da cidade. Na grande maioria são garrafas e sacolas plásticas, latas e objetos pequenos, denominados resíduos regulares e são acondicionados em sacos plásticos de 100 litros.

Os considerados irregulares, como madeiras, galhos, e por ventura animais mortos, são transportados fora dos coletores. Normalmente, os meses de maior volume de detritos são os da temporada de verão, quando os catamarãs operam de terça-feira a domingo. Em janeiro e fevereiro deste ano, os números foram expressivos: respectivamente, 15.622 kg e 6.759 kg coletados.

Fora desse período, as embarcações são utilizadas de sexta-feira a domingo e nos feriados. Para segurança dos operadores, não há operação durante o período de ocorrência de chuvas ou de formação de muitas ondas na orla. O projeto coordenado pela Semam (Secretaria do Meio Ambiente) e operacionalizado pela Prodesan, faz parte do programa Onda Limpa.

A finalidade é limpar a baía de Santos do lixo marinho, que por influência das marés e dos ventos, percorre a costa litorânea, entre o Estuário, no ferry-boat, e o Emissário Submarino. Além disso, visa integrar a comunidade e autoridades num programa que encara o problema do ponto de vista metropolitano, uma vez que o fenômeno afeta a região da Baixada Santista.

O QUE É O catamarã é uma embarcação com duas canoas e uma base no meio, possuindo uma espécie de grade metálica, que fica submersa e recolhe os detritos por onde navega. Por meio de um sistema basculante, o material coletado é ensacado no próprio barco, que tem capacidade para transportar 1.200 kg de detritos.

A duas unidades foram adquiridas pela prefeitura por R$ 234 mil, dos quais R$ 163.800,00 vieram do Fehidro (Fundo Estadual de Recursos Hídricos). Além da retirada do material, a Semam também desenvolve trabalho de conscientização dos munícipes nas praias e moradores das áreas de dique, na Zona Noroeste, por meio de distribuição de panfletos e trabalho educativo, para evitar descarte de detritos no mar.

by Prefeitura de Santos.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Ecogerma 2009 – Feira e Congresso sobre o mercado de tecnologias sustentáveis no Brasil e na Alemanha

As empresas estão descobrindo cada vez mais as oportunidades no mercado de serviços e produtos sustentáveis. Para atender a demanda crescente deste segmento no Brasil, a Câmara Brasil-Alemanha organizará em março de 2009 a Feira e o Congresso ECOGERMA 2009.

O evento conta com o apoio do governo da Alemanha e de diversas instituições nacionais e organizações mundiais, reunindo cerca de 200 expositores entre os dias 12 e 15 de março de 2009, em uma área de 8.000 m², no Centro de Exposições Transamérica, em São Paulo. São esperados de 20 a 30 mil visitantes nos quatro dias de evento, entre especialistas, empresários e consumidores – um público altamente interessado em adquirir novas tecnologias sustentáveis.

O evento será constituído por uma feira de exposições de tecnologias nas áreas de: tecnologias ambientais, energias renováveis, biocombustíveis e bioenergia, RSE (Responsabilidade Social Empresarial), comércio de carbono, eficiência energética, planejamento urbano e transportes, construção verde (greenbuilding), agricultura orgânica, P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e ecofinanças entre outras.

Em paralelo à feira ECOGERMA 2009, acontecerão um congresso e uma rodada de negócios, reunindo empresas alemãs e brasileiras, interessadas em parcerias comerciais e projetos de cooperação. Desta forma, a ECOGERMA representa a plataforma ideal para o estabelecimento de contatos e negócios no mercado de mais rápido desenvolvimento em todo o mundo.

By ecogerma.com

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Gravidade do aquecimento global foi subestimada, diz cientista

O aquecimento global no decorrer deste século será mais grave do que se acreditava até agora, segundo Chris Field, membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês).

O especialista afirmou ainda que as temperaturas futuras "vão passar de qualquer valor que tenha sido previsto".

Field fez o alerta no sábado, durante o encontro anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), em Chicago.

Ele foi um dos autores do relatório divulgado pelo IPCC em 2007, que estimava que as temperaturas iriam subir entre 1,1ºC e 6,4ºC até o fim deste século.

Novos dados

O cientista, no entanto, diz que o relatório subestimou seriamente a escala do problema. Ele apresentou dados novos que mostram que as emissões dos chamados gases do efeito estufa aumentaram muito mais rapidamente que o esperado entre 2000 e 2007.

Segundo Field, este aumento foi provocado principalmente pela queima de carvão para obter energia elétrica na China e na Índia.

"Estamos basicamente olhando agora para um futuro climático que está muito além de qualquer coisa que tenhamos considerado nas políticas climáticas", afirmou.

Ele disse ainda que o impacto nas temperaturas ainda é desconhecido, mas o aquecimento tende a se acelerar em um ritmo muito mais rápido e a provocar ainda mais danos ambientais do que se previa.

De acordo com o cientista, isso incluiria a seca de florestas nas áreas tropicais, tornando-as muito mais vulneráveis a queimadas.

As temperaturas mais altas também poderiam acelerar o derretimento do permafrost - tipo de solo da região do Ártico -, aumentando dramaticamente a quantidade de carbono na atmosfera.

"Sem uma ação efetiva, as mudanças climáticas vão ser maiores e muito mais difíceis de se lidar do que pensávamos", concluiu.


By BBC

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Honda é 1ª a usar 'eco-plástico' em assento

A fábrica da Honda em Sumaré, interior de São Paulo, será a primeira do país a utilizar plástico biodegradável na proteção dos assentos.

A iniciativa ecológica é válida para os modelos New Fit e New Civic. O material, segundo a montadora japonesa, é obtido a partir de batata, cana-de-açúcar, milho, mandioca, ou outra matéria-prima de fonte renovável.

Além de não causar danos no ambiente durante sua biodegração, os componentes orgânicos eliminam o peso e a toxicidade dos metais.

Ao se desintegrar, a proteção ecológica dos assentos libera apenas água, gás carbônico e adubo (húmus), e demora cerca de seis meses para se decompor.

A embalagem convencional, antes usada pela Honda, demora cerca de 200 anos para se decompor.

by info.abril


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Número de queimadas cresce 281% no País

Tradicionais Estados que ainda não apareciam entre os principais em número de queimadas já começam a se destacar. O fato reforça a expectativa negativa de aumento no número de queimadas em 2009. Até hoje, queimadas cresceram 281% em relação ao mesmo período do ano passado: saltaram de 655 focos para 2.502. O Estado do Ceará lidera, de acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com 525, um aumento de 1.017%, mas Mato Grosso, com 215 focos (aumento de 2.288%), Mato Grosso do Sul, com 178 (mais 1.269%) aceleraram o número de queimadas.

Estados como São Paulo e Paraná também apresentam forte crescimento, embora em números absolutos o número focos detectados seja pequeno. Em São Paulo, até de 16 de fevereiro de 2008, apenas 4 focos de queimada haviam sido registrados. Este ano, já são 47, um aumento de 1.075%. No Paraná, o crescimento alcançou 533%, de 6 para 38 focos.

Em 2008, o País registrou 93 mil queimadas, praticamente o mesmo número de 2007, mas em 2009 a previsão é de aumento, já que o Inpe detectou, em levantamento preliminar do sistema Degrad, 24.932 km2 de áreas em processo de desmatamento em 2008 somente na Amazônia Legal. O número é 67% superior aos 14.915 km2 de áreas degradadas em 2007.

O Inpe mapeou áreas em processo de desmatamento em toda a Amazônia Legal, o que possibilita aos órgãos de fiscalização impedir a derrubada completa da floresta. De acordo com o instituto, 13% das áreas identificadas como degradadas em 2007 foram convertidas para corte raso em 2008, ou seja perderam completamente a cobertura vegetal nativa. Se essa porcentagem se repetir, 2009 podem ser registrados mais 3,24 mil km2 de desmatamento raso na Amazônia Legal.

No item degradação, o Mato Grosso segue imbatível, com 12.534 quilômetros quadrados, seguido pelo Pará, com 7.708, e pelo Maranhão, com 3.978. Rondônia, que sempre se destaca no ranking de desmatamento, vem em quarto, com 477 quilômetros quadrados degradados em 2008, no âmbito da Amazônia Legal.

As queimadas, uma das práticas ainda recorrentes da agricultura e da pecuária, contribuem decisivamente para colocar o Brasil como um dos maiores emissores mundiais de gases que causam as mudanças climáticas. Estima-se que o uso da terra nas suas diversas formas seja responsável por 75% das emissões de gases-estufa no País.


By Terra.com.br

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Emissão de CO2 pode triplicar no país até 2017

Na contramão dos esforços para minimizar o aquecimento global, as emissões brasileiras de gases do efeito estufa a partir da geração de energia elétrica vão praticamente triplicar nos próximos dez anos. Mesmo com a entrada em funcionamento das usinas do Rio Madeira (Santo Antônio e Jirau) e de Belo Monte, a participação da fonte hídrica na matriz elétrica nacional cairá de 85,9% no início de 2008 para 75,9% em 2017, segundo o Plano Decenal de Energia (PDE), em consulta pública desde 23 de dezembro.

O plano aponta a necessidade de expandir a capacidade instalada dos atuais 99,7 mil para 154,7 mil megawatts (MW) e garante que isso é suficiente para afastar o risco de déficit no abastecimento. Mas deixa claro que o país continuará dependendo de mais energia cara e poluente se quiser livrar-se dos fantasmas de apagões. Para atender ao crescimento da demanda, será necessário acrescentar 81 termelétricas ao sistema interligado - 41 movidas a óleo combustível, 20 a diesel, 8 a gás natural, 7 a biocombustíveis e 4 a carvão. Elas deverão gerar 13.685 MW, excluindo a usina nuclear de Angra 3, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal do Ministério de Minas e Energia encarregada de planejar o setor.

As novas térmicas despejarão na atmosfera 39,3 milhões de toneladas de CO2 em 2017 - um aumento de 172% em relação ao valor das emissões de 2008, estimadas em 14,4 milhões de toneladas. “O plano está em contradição com as metas internas de redução do desmatamento”, afirma a senadora Marina Silva (PT-AC), ex-ministra do Meio Ambiente, referindo-se a um dos objetivos do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, lançado em dezembro.

As queimadas de florestas são responsáveis por cerca de três quartos das emissões brasileiras de gases causadores do efeito estufa e o governo espera diminuir o desmatamento da Amazônia em mais de 70% até 2017. A participação do setor elétrico continuará sendo minoritária no total de emissões, mas a entrada em operação de tantas usinas térmicas será mais do que suficiente para eliminar os ganhos ao meio ambiente com a adoção do biodiesel, por exemplo. A mistura de 3% do biocombustível ao diesel convencional evitará o despejo de 62 milhões de toneladas de dióxido de carbono ao longo dos próximos dez anos, mas esse esforço será perdido com o funcionamento das termelétricas por apenas um ano e sete meses.

O plano prevê mais 71 usinas hidrelétricas até 2017, mas a própria EPE indica que 26 delas têm “potencial identificado de atraso superior a seis meses” na execução do projeto. Esses empreendimentos “deverão ser objeto de maiores esforços e ações mais intensas para a sua viabilização, sem que essa classificação signifique impossibilidade de atendimento das datas do plano”. As hidrelétricas vão expandir em 28.938 MW - o equivalente a duas Itaipus - a potência instalada do parque gerador.

Para a ex-ministra, a área ambiental não pode servir de “bode expiatório” para o aumento das térmicas. Marina atribui o crescimento da produção de energia por fontes mais poluentes a falhas no planejamento do setor elétrico. Segundo ela, metade dos projetos de hidrelétricas listados no plano decenal não tem estudos de viabilidade técnica e econômica (EVTE) e “alguns sequer estão inventariados”. “Desses projetos, apenas cinco estão em processo de análise pelos órgãos ambientais: Ipueiras (no Rio Tocantins) já foi rejeitada pelo Ibama e outras quatro usinas que somam 313 MW aguardam a licença prévia. Precisamos acabar com a lenda de que é do setor ambiental a culpa pelo aumento das térmicas”, protesta Marina.

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, lamenta a perda de qualidade da matriz brasileira. Sem atribuições de planejamento, ele elaborou uma estimativa a partir do resultado dos últimos leilões de energia. O número de térmicas com contrato de fornecimento saltará de 14 em janeiro de 2008 para 63 em janeiro de 2013. Para fazê-las funcionar por um mês inteiro, o que é comum nos períodos de estiagem para preservar o nível dos reservatórios, as emissões de gases do efeito estufa vão subir de 186 mil toneladas para 4 milhões de toneladas de CO2 equivalente.

Comparativamente à maioria dos países ricos e em desenvolvimento, o Brasil ainda não faz tão feio. Nos Estados Unidos, o campeão das emissões, a produção de eletricidade gera 2,5 bilhões de toneladas por ano de dióxido de carbono. Em 2017, mesmo com a proliferação das térmicas, o Brasil emitirá no setor elétrico apenas 20% dos gases despejados na atmosfera pela África do Sul e 64 vezes menos que os EUA.

Marina sugere a maior aposta na energia eólica para manter a qualidade da matriz. Hoje os ventos são responsáveis por somente 0,3% da geração total de energia no país, ou 219 MW, e vão chegar a 0,9% em 2017. Marina sublinha, porém, que o aproveitamento ainda é muito baixo diante do potencial brasileiro.

Kelman diz que a energia eólica é cara e inconstante, pois não pode ser armazenada sequer por algumas horas, e não permite ao operador do sistema trabalhar com previsibilidade. Também acha “irrisório” o efeito de uma estratégia insistentemente defendida por ONGs ambientalistas: a repotenciação das hidrelétricas existentes.

O diretor-geral da Aneel, que deixa o cargo na próxima semana, aponta a eficiência energética como uma das áreas em que se podem colher resultados. As perdas totais são de 17% de toda a eletricidade produzida no Brasil.

Kelman divide essas perdas em três segmentos. O desperdício na rede básica de alta tensão (as grandes linhas de transmissão) chega a 4% - número elevado em comparação com países europeus, mas que ele considera baixo levando em conta a dimensão do território nacional. Já as perdas na distribuição alcançam 7% - menos do que muitos emergentes, mas índice bastante alto em relação aos países desenvolvidos, segundo ele. Kelman indica que o custo-benefício de reduzir significativamente esse desperdício pode ser desvantajoso. “Para chegar à perda zero, poderíamos fazer fios de ouro (condutores perfeitos de energia) na distribuição, mas isso levaria a tarifa a níveis inimagináveis”, afirma.

De acordo com ele, o mais viável é combater as perdas que correspondem a 6% da geração total de energia: os furtos de eletricidade. Kelman lembra que consumidores que roubam energia, além de aumentar o custo do produto para todos os usuários regulares, tendem a gastar mais eletricidade. “Se por um passe de mágica conseguíssemos que os brasileiros parassem de furtar energia, reduziríamos em 2,4% o consumo no país. Isso as ONGs não costumam mencionar porque desconhecem a realidade brasileira.”


by blog.zeppini

Crise mundial atinge energia verde

As energias eólica e solar têm crescido em um ritmo muito rápido nos últimos anos, e parecia provável que esse crescimento se acelerasse sob a administração Obama, preocupada com o meio ambiente. Mas, devido à crise de crédito e ao colapso econômico mais abrangente, está ocorrendo o oposto: a instalação da energia eólica e da solar está despencando. As fábricas que produzem peças para essas indústrias anunciaram uma onda de demissões nas últimas semanas, e as associações comerciais estão projetando quedas de 30% a 50% na instalação de novos equipamentos este ano, o que impede a obtenção de mais auxílio do governo. 

by Gazeta Mercantil 

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Canudinho transforma Água contaminada em potável

Às vezes, as tecnologias mais simples têm o maior impacto na vida das pessoas. Veja como exemplo o sistema de filtragem móvel da empresa suíça Vestergaard Frandsen, batizado de LifeStraw (“canudo da vida???). É um tubo de plástico azul – mas muito mais grosso que um canudinho comum – contendo filtros que tornam potável a água contaminada com microorganismos que provocam cólera, febre tifóide e diarréia.

Os filtros, fabricados em resina halógena, matam quase 100% das bactérias e cerca de 99% dos vírus que passam pelo LifeStraw. A University of North Carolina em Chapel Hill testou o canudo com uma amostra de água contendo as bactérias Escherichia coli B e Enterococcus faecalis, além do vírus MS2 colifago, e mais iodo e prata. Os resultados indicam que o LifeStraw filtrou todos os contaminantes a níveis em que não representam mais um risco à saúde de quem ingere a água.

No entanto, o canudo não filtra metais pesados como ferro ou flúor, nem remove parasitas como a giárdia ou o criptosporídio, apesar de o CEO da empresa, Mikkel Vestergaard Frandsen, afirmar que há uma versão do LifeStraw disponível para grupos de ajuda humanitária em Bangladesh e na ??ndia capaz de filtrar arsênico.

Com menos de 25 cm de comprimento, o canudo pode filtrar até 700 litros de água - estimativa do consumo anual de uma pessoa. O LifeStraw deve ser jogado fora quando seus filtros ficam entupidos demais para permitir a passagem de água, o que acontece geralmente após um ano de uso. 


By blogdasaguas.com

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Amazônia sofreu destruição de 17% em cinco anos, diz ONU

Um relatório prestes a ser divulgado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma) aponta que 17% da Floresta Amazônica foram destruídos em um período de cinco anos, entre 2000 e 2005.

A informação foi noticiada pelo jornal francês Le Monde na quinta-feira, e foi confirmada àBBC Brasil pelo Pnuma.

Segundo o jornal, durante este período foram queimados ou destruídos 857 mil km² de árvores - o equivalente ao território da Venezuela.

A maior parte do desmatamento ocorreu no Brasil, mas os outros sete países que também abrigam a floresta estão sendo responsabilizados pela Pnuma, com exceção da Venezuela e do Peru.

'Irreversível'

"A progressão das frentes pioneiras na Amazônia e as transformações que elas introduziram são tantas que o movimento de ocupação dessa última fronteira do planeta parece irreversível", disse o órgão da ONU ao Le Monde.

Além do desmatamento, a grande corrida pela apropriação das gigantescas reservas de terra e das matérias-primas da região também tem um papel importante na deterioração da Amazônia, segundo o jornal.

"O modelo de produção dominante não leva em conta critério algum de desenvolvimento sustentável, conduz à fragmentação dos ecossistemas e à erosão da biodiversidade", afirmou o Pnuma.

A entidade também condenou a situação das populações que habitam a floresta, que "vivem uma situação de grande pobreza". "A riqueza retirada da exploração dos recursos naturais não é reinvestida na região", disse.

Le Monde conclui o artigo citando que o Pnuma pede um maior envolvimento internacional para ajudar financeiramente os países que abrigam a floresta, e cita como possível caminho o Fundo Amazônia, que prevê o investimento de fontes estrangeiras para desenvolver projetos que combatem o desmatamento.

O Pnuma prevê que o relatório final, com mais dados ainda sigilosos, seja divulgado durante o encontro anual de seu conselho administrativo, marcado entre 16 e 20 de fevereiro em Nairóbi, no Quênia.


by BBC Brasil

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Europa pede mercado global de crédito de carbono

A União Européia já se comprometeu com a expansão de seu Plano de Comércio de Emissões (ETS, na sigla em inglês) e agora pede que outros países industrializados se juntem ao esquema.

Nesta quarta-feira a comissão afirmou que até 2015 quer ligar o ETS a outros sistemas de comércio de créditos de carbono. O objetivo é incluir economias emergentes até 2020.

Uma conferência sobre mudanças climáticas da ONU deve ocorrer em dezembro, em Copenhague, e espera-se que o resultado desta reunião seja um novo acordo que substitua o Protocolo de Kyoto.

Estados Unidos

O comissário europeu para o Meio Ambiente, Stavros Dimas, pediu um acordo internacional e afirmou que a participação dos Estados Unidos seria muito importante. Os Estados Unidos não assinaram o Protocolo de Kyoto, firmado em 1997.

"Com estas medidas a Europa mostrou o caminho, mas apenas uma ação global poderia controlar a mudança climática. Por isso um acordo internacional forte e abrangente é muito importante", disse Dimas.

"O compromisso do presidente (dos Estados Unidos, Barack) Obama de colocar os Estados Unidos de volta na batalha contra o aquecimento global é muito animador", afirmou.

Segundo o correspondente da BBC em Bruxelas Dominic Hughes, Dimas também pediu que economias emergentes como Brasil, China e Índia aumentassem os esforços para instituir planos de cortes nas emissões de gases de efeito estufa.

Dinheiro

A Comissão Européia afirmou que para cortar emissões de gases de efeito estufa serão necessários mais investimentos no mundo todo, que poderiam chegar a 175 bilhões de euros (cerca de R$ 535 bilhões) por ano em 2020.

Mais da metade destes investimentos será necessária nos países em desenvolvimento, segundo a comissão.

Kim Carstensen, especialista em clima do grupo ambientalista internacional WWF, afirmou que a União Européia deveria "se concentrar no que a Europa deveria fazer se quiser recuperar a reputação de líder na luta contra a mudança climática".

Em dezembro o Parlamento Europeu apoiou um pacote de medidas da União Européia para combater o aquecimento global, incluindo o compromisso de cortar as emissões de carbono em 20% até 2020, comparado com os níveis de emissões em 1990.

Fontes renováveis

O bloco europeu pretende aumentar o uso de fontes renováveis de energia em 20% do total de uso energético e alcançar um corte de 20% no consumo de energia até o ano de 2020.

O sistema ETS para comércio de créditos de carbono foi lançado pela União Européia em 2005 e cobre apenas a indústria pesada e grandes usinas de energia mas, aos poucos, deve incluir outros setores.

Críticos afirmam que as concessões feitas a alguns setores industriais poderiam diminuir o impacto do pacote no longo prazo.

Cientistas afirmam que as emissões de dióxido de carbono precisam ter um corte entre 25% e 40% até 2020 para existir uma chance razoável de prevenção de uma mudança climática mais perigosa.

By BBC Brasil

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Europa quer banir TV de Plasma para poupar energia

A União Européia está cogitando banir as vendas de televisores de plasma pelo continente, na tentativa de reduzir o consumo exagerado de energia. Segundo o site The Inquirer, uma televisão de plasma de 42 polegadas consome 822 watts de eletricidade, comparado a 350 watts em uma LCD de mesmo porte ou 350 em uma televisão mais antiga, de tubo (CRT).

A idéia é que os televisores ganhem, também, selos correspondentes ao consumo de cada aparelho, o que já acontece com refrigeradores.

O objetivo é pressionar a indústria a encontrar uma alternativa de diminuir o consumo elétrico da tecnologia, o que pode não acontecer dado o alto custo que envolveria uma pesquisa deste tipo e a popularização crescente de TVs LCD.

A União Européia também trabalha para impedir as vendas de lâmpadas incandescentes.


by tech.blorge.com

sábado, 10 de janeiro de 2009

Conferência internacional - Retech 2009

RETECH 2009 fornece educação profissional para ajudá-lo a prosseguir a sua carreira em ciência, engenharia, fabricação, marketing, vendas, direito, consultoria, arquitetura, finanças, investimentos, empréstimos, seguros, associações, ensino superior, ou do governo. RETECH 2009 irá colocá-lo em uma posição e dar-lhe o conhecimento necessário para ter sucesso nas circunstâncias difíceis de 2009!

O Business RETECH Conferência em 2009 cobrirá um amplo espectro de questões relativas a todas as tecnologias renováveis, eficiência energética e edifícios verdes. Irá destacar questões uteis, questões internacionais e capital de risco. Você pode olhar em frente para oficinas específicas sobre a forma de desenvolver projectos de energias renováveis e formas de impulsionar o desenvolvimento econômico através de energias renováveis.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Produção de hidrogênio utilizando energia solar atinge 70% de eficiência

Acaba de ser construído um reator extremamente simples tecnicamente, capaz de produzir hidrogênio - o combustível do futuro - a partir da água, utilizando apenas a energia solar. Hoje, virtualmente todo o hidrogênio utilizado na indústria é produzido a partir da queima de gás natural - um combustível fóssil.

Produção de hidrogênio

O princípio é parecido com o divulgado por outra equipe de cientistas em 2003 (veja Hidrogênio para células a combustível gerado por energia solar), só que o processo é muito mais eficiente. Enquanto a pesquisa original alcançou 30% de eficiência usando a porção infravermelha da luz do Sol, o novo reator atinge 70%, usando a energia térmica da luz solar.

O trabalho está sendo coordenado pelo Dr. Anthanasios Konstandopoulos, que chefia o projeto europeu Hydrosol. O objetivo do projeto é exatamente produzir hidrogênio exclusivamente a partir de fontes renováveis.

Combustível alternativo

Se existe um consenso hoje no campo da energia, esse consenso está na necessidade de se encontrar uma alternativa para os combustíveis fósseis. As pesquisas mostram que o candidato natural para ocupar o posto de fonte deenergia limpa em escala planetária é o hidrogênio. Só que o hidrogênio é altamente reativo e não é encontrado livre na atmosfera - mesmo sendo o elemento mais abundante na Terra.

E a maior parte do hidrogênio hoje é produzida a partir do gás natural, um combustível fóssil. Logo, não é o hidrogênio em si, mas o seu método de fabricação que decidirá se a nova fonte de energia será ambientalmente amigável ou não.

Reator solar

O novo reator, criado pelos pesquisadores do projeto Hydrosol, já está sendo testado na Grécia. Ele usa o conteúdo termal da energia solar para quebrar as moléculas de água em hidrogênio e oxigênio, dispensando sua transformação em eletricidade.

O reator solar consiste em um corpo de cerâmica porosa, cujos canais são revestidos por um catalisador especial nano-particulado. Um conjunto de espelhos concentra a luz do sol, fazendo a água se transformar em vapor, que é forçado a passar pelos microcanais da cerâmica. Aí, o catalisador efetua a quebra das moléculas de água. A eficiência chega a 70%.


by www.inovacaotecnologica.com.br

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

PET reciclado pode ser biodegradável

O tempo estimado de decomposição do polietileno tereftalato na natureza é de cinco séculos, no entanto, por meio de uma pesquisa da área de mestrado do curso de química da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) em parceria com a Univille, de Joinville, Santa Catarina, começa a surgir no Brasil uma possibilidade de reação química capaz de combinar a reciclagem do PET com sua biodegradabilidade, em condições de industrialização. 
As pesquisas começaram em 2002 com o convênio entre as duas instituições e uma entidade da França, onde a tecnologia já está patenteada e resultou em um PET capaz de produzir colônias de degradação. Segundo Sandra Mara Einloft, coordenadora do curso de química da PUC-RS, o processo consiste em lavar, picar e produzir a mistura do PET com um segundo poliéster alifático, proveniente do ácido cebácico e posteriormente produzir a reação de laboratório entre polímero e copolímero a 240ºC. 
A manipulação em laboratório durante as pesquisas de síntese na PUC ficaram por conta de Deise Cristina da Silva, estudante de química e bolsista em iniciação científica. Ela chegou a produzir alguns protótipos simples de manufaturados em formas como brinquedos empregados em educação infantil.

Neste momento, diante da possibilidade de degradação em um mês e meio, Sandra Einloft considera que a pesquisa atingiu os objetivos em termos de tempo. Contudo, para chegar ao estado-da-arte, ela gostaria de encontrar um copolímero não fóssil com as mesmas propriedades do poliéster alifático advindo do ácido cebácico, esse último de origem fóssil. “O interessante seria chegarmos a um produto sem emissão de CO2.”
Ana Paula Testa Pezzin, pesquisadora em Joinville, revela como ocorrem os testes de biodegradabilidade. De Porto Alegre, o material é enviado à cidade catarinense em amostras de 100 gramas. Os ensaios ocorrem em uma composição de um terço de areia, outro de solo fértil, e mais um terço de esterco de cavalo desfibrado, preparado segundo uma norma técnica que favorece o crescimento dos microrganismos. Solo retirado de aterro sanitário também serve como material. 

A caracterização das amostras deve ocorrer em tempo zero de degradação. As análises definem pH, temperatura e manejo do solo. Um teste de viabilidade é realizado em tecido de algodão, o qual deve perder 50% de suas propriedades para mostrar que as condições da terra estão corretas. Com os microrganismos em condições adequadas, as amostras são enterradas em copos de becker de um litro de 17 centímetros, em obediência às normas e na temperatura de 30ºC. 

Ana Paula Pezzin explica que, posteriormente, ocorrem análises complementares visuais e levantamento das características por meio de microscopia eletrônica de varredura, análise termogravimétrica, perda de massa, calorimetria exploratória diferencial, a qual aponta mudanças no grau de cristalinidade, e cromatografia por permeação em gel, responsável pelo fornecimento de uma série de informações interessantes.
 
  A mais importante das análises é denominada GPC e aponta a massa molar e distribuição da mesma.“O polímero é uma macromolécula e essa técnica aponta se realmente ocorre a degradação. Porque pode ocorrer uma corrosão superficial”, complementa Ana Paula

Por enquanto, os inventores do PET biodegradável sugerem sua aplicação em produtos de baixa propriedade mecânica como embalagens de mudas de plantas, as quais iriam direto para a terra durante o plantio, onde o polímero desapareceria. Outra aplicação estudada para o PET, neste caso sem buscar a degradação biológica, é sua transformação em resina para tintas, pois o ácido teraftálico confere propriedades melhores do que as formulações tradicionais, principalmente na formação de barreiras contra intempéries. 

Ana Paula revela que atualmente a Univille com sua tecnologia ajuda a Petrobrás no desenvolvimento de outros copolímeros biodegradáveis utilizando resinas virgens, mas que ainda estão sob sigilo porque podem resultar em soluções inovadoras passíveis de requisição de patente. Alguns estudos, adianta Ana Paula, visam a tornar as resinas virgens biodegradáveis por interesse de pesos pesados da petroquímica como a Basf e a Braskem e de consumidores como o Grupo Pão de Açúcar. “Reciclagem é solução fim de tubo. O ideal é chegarmos ao plástico 100% biodegradável no primeiro uso”, defende Ana Paula.     

BY http://www.plasticomoderno.com.br